segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Hístorico

TV Tupi – Glória e Derrota de uma Pioneira

Falar em TV Tupi é falar em Assis Chateaubriand, um empresário que havia fundado em 1947 o MASP (Museu de Arte de São Paulo) e que muitos dizem ter sido a versão tupiniquim de William Randolph Hearst.
Chateaubriand sofreu uma trombose cerebral em 1960. Ficou paralisado e quase não podia falar. Um ano antes, ele decidiu dividir o controle das suas empresas com 23 funcionários, que se tornaram condôminos. Nasceu assim o condomínio dos Associados, que iria comandar a TV Tupi até a sua falência, em 1980. Chateaubriand morreu bem antes disso, em 1968.
A TV Tupi foi o primeiro canal de televisão da América Latina, inaugurado no dia 18 de setembro de 1950, em cerimônia solene que contou com um hino especialmente composto para a ocasião, chamado "A Canção da TV".  Uma jovem atriz chamada Yara Lins foi convocada especialmente para dizer o prefixo da emissora – PRF3 Canal 3 de São Paulo (tempos depois é que mudou para o canal 4). Em seguida, foi ao ar uma série de atrações que incluíam concertos clássicos, esquetes humorísticos e apresentação de cantores do rádio. Lá, já estavam Hebe Camargo e Lima Duarte...
Há muitas histórias a respeito desse dia. Uma delas é que, empolgado, Chateaubriand teria quebrado uma garrafa de champanhe numa das duas câmeras, fazendo com que a tevê no Brasil entrasse em cena com apenas 50% de sua capacidade. A outra é que acabada a inauguração, a equipe se deu conta de que não havia o que colocar no ar no dia seguinte, pois ninguém havia pensado nisso.
Chateaubriand era proprietário de jornais, revistas e emissoras de rádio (entre elas a Rádio Tupi e a Rádio Difusora de São Paulo). Com o dinheiro de suas empresas comprou equipamentos nos Estados Unidos e trouxe a televisão para o Brasil, criando assim a TV Tupi Difusora. Artigos de jornais e revistas da época tratavam a vinda da Televisão para o Brasil com êxtase. Obviamente, tudo era muito rústico. Os equipamentos eram enormes, tudo era muito precário, ao vivo e em preto e branco. A programação só ficava três horas por dia no ar, sempre a partir das 20 horas. Imagens do Dia" foi o primeiro telejornal brasileiro, tendo sido lançado em 19 de setembro de 1950. O apresentador somente lia a notícia, que já havia saído na imprensa escrita e no rádio. Era quase impossível sair do estúdio e gravar imagens externas devido ao peso e a dificuldade de se manusear os equipamentos.
Sede da TV Tupi
em S. Paulo
"Rancho Alegre" foi o primeiro programa humorístico da tevê no Brasil. Contou com a presença do comediante Mazzaroppi e foi ao ar pela primeira vez em 20 de setembro de 1950. O programa era marcado por muita improvisação, cenário precário e durava no máximo 20 minutos. "Gurilândia" foi o primeiro programa infantil da TV brasileira e estreou em outubro de 1950. Dessa maneira, a programação da tevê era curta e se resumia em pequenos shows musicais, humor, teleteatro, telejornais e filmes, geralmente legendados. O teleteatro foi importante, pois ajudou a tevê a descobrir a sua própria linguagem. Os atores famosos do teatro davam "status" à programação televisiva. Mas devido a diferenças de linguagem, os profissionais do rádio e do teatro que foram para a tevê tinham dificuldades: as expressões eram exageradas, os atores falavam muito alto (como se não existisse microfone) e não respeitavam as marcações das câmeras, deixando os cinegrafistas completamente perdidos. O primeiro teleteatro de importância estreou em 1951 e se chamava Grande Teatro Tupi.
Na sua primeira fase, a Tupi contou com programas que fizeram história:  
  • "O X do Problema" era um teleteatro policial;
  • O "TV de Vanguarda", levado ao ar em São Paulo em a partir de 17 de agosto de 1952, tinha um apresentador que contava histórias que eram seguidamente interpretadas;
  • "Fábulas Animadas" foi levado ao ar em São Paulo a partir de 03 de abril de 1952;
  • O "Teleteatro Infantil" apresentava, quem diria, O Sítio do Pica-Pau Amarelo, com textos de Monteiro Lobato, adaptados por Tatiana Belink;
  • "O Céu é o Limite" já era apresentado na década de 50. Tratava-se de um programa de perguntas e respostas que dava prêmios aos seus participantes;
  • Logo em 1950/51, a Tupi apresentava o "Clube dos Artistas" às 20h das quartas-feiras. Havia apenas uma só câmera, pois as outras duas iam para o estádio do Pacaembu em São Paulo, para televisionar o futebol. A primeira transmissão esportiva da televisão brasileira foi pela TV Tupi, entre São Paulo X Palmeiras, no Pacaembu, dia 15 de outubro de 1950. E eu estava lá!
Vale dizer que o programa "TV de Vanguarda" revelou uma primeira geração de atores, atrizes e diretores. Nele foram apresentadas peças como Hamlet e Crime e Castigo.
A primeira fase da telenovela brasileira ocorreu na TV Tupi entre 1951 e 1954 com "Marcelino Pão e Vinho". Ao seu término, foi transmitida (sempre ao vivo) a novela "Máscara de Ferro" com Henrique Martins. Em 1964, as novelas passaram a ser exibidas diariamente.
Tudo vinha do rádio: autores, técnicos, elenco etc. Tinham poucos capítulos e eram transmitidas ao vivo, duas vezes por semana. Eram capazes de ousar, como mostrar um beijo na boca, em 1951, na novela "Tua Vida Me Pertence", onde a atriz Vida Alves deixou-se beijar pelo galã Walter Foster.
Mas foi somente com a novela "O Direito de Nascer" que a Tupi conseguiu repercussão nacional, no ano de 1964. A trama era cubana e já havia sido adaptada para o rádio. Seu final teve duas festas comemorativas: uma no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo e outra no Rio. Em 1968, surge então "Beto Rockfeller", uma novela que retratava o cotidiano do brasileiro. Uma verdadeira revolução!
Alguns programas dos primeiros tempos da TV Tupi tornaram-se campeões de audiência. Foram os casos de "Alô Doçura" (uma imitação da sitcom americana I Love Lucy, protagonizada por Eva Wilma e John Herbert), Sítio do Pica-Pau Amarelo, "O Céu é o Limite" (com J. Silvestre), "Clube dos Artistas" (que foi ao ar entre 1951 e 1980) e o famoso telejornal "Repórter Esso" (que ficou cerca de 18 anos no ar). Os locutores Herón Domingues e Gontijo Teodoro entravam no ar com as últimas notícias nacionais e internacionais ao som de um dos mais famosos prefixos musicais da história.  
Se durante a primeira década de sua existência a Tupi foi líder absoluta, nos anos 60 a concorrência – principalmente da Record e da Excelsior - se fez sentir. A morte de Assis Chateaubriand em 1968 marcou o início de uma crise longa e sem solução. As emissoras concorrentes foram ocupando os espaços vazios deixados pela pioneira. Ano após ano, a crise se aprofundou. Nos anos 70, com o domínio avassalador imposto pela Rede Globo, a situação era incontrolável. Os salários atrasavam e haviam dívidas astronômicas junto à Previdência Social. Proliferavam também escândalos financeiros. Além da audiência, a publicidade também debandava para as concorrentes. O caixa estava a zero, os salários deixavam de ser pagos e uma greve era questão de tempo. Em outubro de 1977, com três meses de salários atrasados, os funcionários iniciaram a primeira greve, interrompida com o pagamento parcelado dos débitos.  
Os constantes atrasos dos salários mantinham o clima tenso na emissora. As perspectivas de pagamento dos atrasados eram cada vez mais remotas e as explicações dadas aos funcionários, cada vez mais inconsistentes. Para piorar ainda mais a situação, em outubro de 1978, um incêndio atingiu o prédio da emissora em São Paulo. No ano seguinte, o elenco da telenovela "O Espantalho", de Ivani Ribeiro, processou a emissora por violação de direitos autorais. Entre 1979 e 1980, outra greve. A crise chegou ao Distrito Federal. O então presidente da República, João Figueiredo, se dispôs a receber uma comissão de dirigentes dos sindicatos envolvidos.
A greve persistiu até o início de fevereiro de 1980, quando a emissora fechou seu departamento de teleteatro e dispensou 250 funcionários. Foram interrompidas as novelas "Drácula" e "Como Salvar Meu Casamento" (esta estrelada por Nicete Bruno e Adriano Reis).
Em 17 de Julho de 1980, pouco antes de completar 30 anos no ar, a TV Tupi teve sua concessão cancelada pelo governo federal. Minutos antes do meio-dia de 18 de julho de 1980, três engenheiros do Departamento Nacional de Telecomunicações (Dentel) subiram ao décimo andar do edifício-sede da TV Tupi de São Paulo, na avenida Alfonso Bovero, bairro do Sumaré, lacrando o transmissor da emissora. Um delegado da Polícia Federal e mais quatro agentes davam proteção aos engenheiros. Era o fim da pioneira, que saiu do ar exatamente 29 anos e dez meses depois de sua inauguração.
Além da saudade, ficou um acervo de 200 mil rolos de filmes, 6,1 mil fitas de video-tape e textos de telejornais que contam 30 anos de muitas histórias do Brasil e do mundo.

Curiosidades Tupi

  • Os primeiros anunciantes: Sul América Seguros, Antártica e Moinho Santista.
  • A primeira novela: Sua Vida me Pertence (1951) com Walter Foster e Vida Alves
  • O primeiro beijo: nessa mesma novela (beijo tipo “selinho”)
  • Uma das maiores audiências: Programa O Céu é o Limite, com J. Silvestre, nos anos 70, 84 pontos de audiência;
  • Primeiro programa gravado: TV de Vanguarda (1958) - mas não era possível editar.
Pecados de uma Pioneira
Apesar do pioneirismo, não coube à Tupi determinadas glórias. Pelo fato de não existir mais, não exibe o programa de maior permanência no ar, comandado pelo apresentador Silvio Santos (que está desde 1962 no ar e que já teve os mais variados títulos). Não coube a emissora exibir o primeiro seriado nacional (Capitão 7 da TV Record, exibido em 1954). Não coube a Tupi e sim à Excelsior, exibir a primeira novela diária da televisão brasileira, assim como também coube à Excelsior, exibir a mais longa ("Redenção", que durou de 1966 a 1968 com quase 600 capítulos). Também não foi a primeira a transmitir em cores, tampouco a primeira a exibir um telejornal em rede nacional via satélite em 1969 (mérito este conquistado na ocasião pela Rede Globo com o "Jornal Nacional").
Na memória curta...
  Mas não há como negar que muitas atrações da Tupi ficaram em nossas retinas. Basta lembrar da série O Vigilante Rodoviário, sob o patrocínio da Nestlé, com 38 episódios produzidos. Que saudade! E ao parar e lembrar de Ayrton e Lolita Rodrigues, vamos perceber que muitas coisas desse tempo ainda está entre nós. Ambos comandavam aos sábados, logo após o almoço, o programa "Almoço com as Estrelas". Ali levavam artistas que almoçavam entre uma canção e uma entrevista. Ayrton, por sinal, era meio tipo Hebe Camargo no tocante a cometer gafes. Certa vez, ao levar o cantor Jair Rodrigues no programa, fez o seguinte comentário ao vê-lo almoçar: "Como você come, hein?"
A popularidade de "Almoço com as Estrelas" estendia-se – com o mesmo casal de apresentadores – para o "Clube dos Artistas", levado ao ar com regularidade nas noites de sexta-feira. Vale dizer que este programa também chegou a ser apresentado por Homero Silva e Cacilda Lanuza.
Outro apresentador com a cara da Tupi era Flávio Cavalcanti. O seu programa "Um Instante Maestro" marcou época e revelou vários talentos para o meio artístico. Flávio era sério e polêmico. Falava duramente e, da mesma forma, criticava lançamentos fonográficos. Tinha no seu corpo de jurados famosos da época o costureiro Denner e o maestro Erlon Chaves.
Poucos lembram – ou sabem – mas foi a Tupi quem exibiu pela primeira vez os três primeiros filmes da série 007. Exibiu "O Satânico Dr. No" (Dr. No) em 1974, "Moscou Contra 007" (From Russia with Love) em 1975 e "007 Contra Goldfinger" (Goldfinger) em 1977. Como a emissora fechou em 1980, a partir dos anos 80 a Rede Globo reapresentar esses três primeiros filmes e prosseguiu com a exibição do restante da série.
Em termos de séries de tevê, casos representativos para a Tupi foram as exibições de Bonanza e O Fugitivo. Bonanza foi produzida nos Estados Unidos entre 1959 e 1973, tendo conseguido a façanha de acumular 430 episódios, todos coloridos. A TV Tupi exibia a série em preto e branco aos sábados às 21h. Era um programa familiar, sagrado, que ninguém perdia. Tipo da coisa típica de uma época em que o brasileiro reunia a família na sala por gostar de ver o dia a dia de um velho viúvo e solitário que comandava uma fazenda tendo apenas a companhia de três filhos homens (será que alguém gostaria de ver isso hoje em dia?).
Embora a história da primeira transmissão em cores seja outra, a Tupi importou na década de 60 películas coloridas de Bonanza, exibindo-as no sistema de cor NTSC. Só assistiu Bonanza em cores naquela oportunidade quem tinha aparelho de televisão importado que comportava esse tipo de sistema.
O Fugitivo era apresentado nas noites de segunda feira às 20h. A trama é sobre um médico chamado Richard Kimble, acusado injustamente de ter assassinado a própria esposa. Condenado, está num trem algemado ao lado de um tenente de polícia quando o destino conspira a seu favor: o trem sai dos trilhos e ele consegue escapar do cumprimento da sentença de morte. Ao longo de quatro anos de produção (1963/67), Kimble procura pelo verdadeiro culpado – o homem de um braço só, que ele viu saindo de sua casa na noite do crime. Cada episódio mostrava Kimble numa diferente localidade envolvendo-se com pessoas de diferentes aspectos. Na semana de 13 a 19 de junho de 1966, o IBOPE deu para O Fugitivo o primeiro lugar em audiência em São Paulo, vencendo concorrentes como "Corte Rayol Show", "Hebe" e "Jovem Guarda" (da Record) e a telenovela "Almas de Pedra" (da Excelsior). O último episódio de O Fugitivo deu novamente para a Tupi enorme audiência, já que nele o médico consegue provar sua inocência. No original, só a última temporada de O Fugitivo é colorida. A Tupi, no entanto, exibiu a série inteira em preto e branco.
Ao contrário do que se possa pensar, a Tupi não tinha tradição em mostrar grandes seriados. Sabe-se que seu forte estava mais em longas. Mas tinha algo peculiar, como reprisar durante a semana, em plena década de 70, já em cores, a série Jornada nas Estrelas (Star Trek) na parte da tarde. O seriado já havia sido exibido na década de 60 pela Excelsior, sem grande repercussão. A emissora também exibiu Viagem ao Fundo do Mar, Danger Man, O Marcado, O Valente do Oeste, Os Intocáveis, O Homem de Virgínia, Disneylândia, Banana Splits e Papai Sabe Tudo.
Foi também a Tupi a grande lançadora de desenhos como A Pantera Cor de Rosa e O Inspetor , assim como a série estrelada por macacos chamada Lancelot Link.  
Com seu impecável uniforme da aeronáutica, capacete de piloto com duas asinhas desenhadas, óculos de lentes negras e diversas medalhas, lá estava o Capitão Aza. Wilson Vianna bradava o refrão de abertura de seu programa "Alô, alô Sumaré! Alô, alô Embratel! Alô,alô Intelsat 4! Alô, alô criançada do meu Brasil! Aqui fala o Capitão Aza, comandante-chefe das forças armadas infantis desse Brasil!".
Programa diário, de segunda à sexta, ficou no ar durante 14 anos, apresentando desenhos animados e séries hoje consideradas clássicas como A Feiticeira, Jeanne é um Gênio, Speed Racer e Corrida Maluca.
A partir de dezembro de 1972 a emissora lançou uma sessão de fim de noite chamada "Série de Ouro". Nela, a intenção era reprisar grandes séries de um passado recente. Por ali passaram num espaço de dois anos atrações como Alma de Aço, O Agente da UNCLE, A Garota da UNCLE, além de Mannix (que a emissora chegou a exibir em cores).
A apresentadora Ana Maria Braga chegou a ser apresentadora de telejornal na emissora. O comediante Costinha, o cantor Moacir Franco e o humorista Chico Anísio chegaram a ter programas próprios em horário nobre. O programa "Pinga Fogo" marcava o final da noite de sexta feira com entrevistas dos mais variados segmentos. 
Há ainda que acrescentar que em termos de futebol a emissora era realmente nota 10. Um dos mais famosos programas do início dos anos 70 era o "Redação Esportes", comandado por Walter Abrahão de segunda à sexta, por volta das 12h. Ele era o chefe de uma equipe que incluía Sérgio Backlanos, Eli Coimbra, Gerdi Gomes e Geraldo Bretas. As transmissões de futebol eram recheadas de bom humor. Abrahão – que depois enveredou pela carreira pública e que hoje reside no bairro da Casa Verde em São Paulo – é o único remanescente dessa equipe sem nenhum sobrevivente, já que todos os demais faleceram. Domingo às 23h entrava no ar o esportivo "Ataque e Defesa", sob o comando de Rui Porto, com os gols do final de semana.
Logotipo da emissora, no Rio
Logotipo carioca da Tupi
Novela sempre foi um detalhe a parte na TV Tupi. Dali saíram grandes nomes que hoje ainda estão na ativa e que por muito tempo foram rechaçados pela Rede Globo pelo fato de não  possuírem o tal "padrão de qualidade". Lembrar de todos é uma missão quase impossível, mas ficaram marcados os nomes de Juca de Oliveira, Rubens de Falco, Toni Ramos, Denis Carvalho, Adriano Reis, Gianfrancesco Guarnieri, Sérgio Cardoso, Carlos Zara, Carlos Augusto Strazzer, Eva Wilma, Maria Izabel de Lizandra, Jussara Freire, Antonio Fagundes, Irene Ravache, Elaine Cristina, Flávio Galvão, Walter Foster, Vida Alves, Fernanda Montenegro, Hélio Souto, Lima Duarte, Luiz Gustavo, Nathália Timberg, Ioná Magalhães, Carlos Alberto, Carlos Alberto Ricelli, Othon Bastos, Bruna Lombardi, Henrique Martins, Bete Mendes, Isabel Ribeiro, Altair Lima e tantos outros que protagonizaram sucessos como "O Direito de Nascer", "Beto Rockfeller", "Antonio Maria", "Nino - o Italianinho", "O Machão", "Mulheres de Areia", "O Julgamento", "A Viagem", "O Profeta", "Calúnia", "Gaivotas", "Éramos Seis", "Cinderela 77", "Aritana", entre outros. Obtenha mais informações sobre as novelas da TV Tupi em www.teledramaturgia.com.br.
E para finalizar, "Os Trapalhões", que apareceram na TV Excelsior em 1966 com o título "Adoráveis Trapalhões", porém formados por Renato Aragão, Dedé Santana, Ivon Cury, Ted Boy Marino e Vanusa. Durante o final dos anos 60 e início dos 70, na TV Record, eram chamados de "Os Insociáveis" (sem Ivon Cury, Ted Boy e Vanusa, mas já com Mussum). Mais tarde, pela Tupi, ainda nos anos 70, assumiram a formação que mais tarde os levaria para a Rede Globo (com a inclusão de Zacarias).
Conclusão
Claro que existem mais fatos a serem lembrados e contados. Não é minha pretensão esgotar por aqui o assunto. Mas confesso que me decepcionei quando o sinal da Tupi sumiu de nossas telas. Sempre acreditei que jamais aconteceria com ela o que já havia acontecido com a Excelsior, cerca de 10 anos antes. Pensava eu que por ser pioneira nenhum governo do mundo a deixaria desaparecer. Para meu espanto ela se foi. E levou junto a tradição de um veículo pioneiro, que começou precariamente, que sempre caminhou aos tropeços, sempre foi mal administrada, nunca teve um perfil que a caracterizasse dentro de uma grade de programação, mas que marcou a vida de muita gente em vários momentos de sua trajetória. Concebida inicialmente sem concorrência, teve seu melhor momento de reinado na década de 50. Sofreu com a concorrência na década de 60, época revolucionária onde a audiência era muito pulverizada. Nos anos 70, em constante crise, sofreu com o domínio da TV Globo até falir em 1980. Com ela foi-se uma tradição e um ambiente restrito ao prédio onde ficava localizada na Avenida Alfonso Bovero, bairro do Sumaré em São Paulo. Acabou-se o tempo em que astros e estrelas da emissora aproveitavam intervalos de trabalho para se reunir e comer algo na esquina, onde fica localizada até hoje a Padaria Real...

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